Ei!, espera aí Isso aqui NÃO é um mangá!

Ei!, espera aí! Isso aqui NÃO é um mangá! Vai começar a ler a nossa estória pelo final? Se você quer lê-la com sentido, clique aqui e vá para o primeiro... "capítulo” (que é do dia 02/04/2014). Depois... é só clicar em "Postagem mais recente" (do lado esquerdo, no rodapé de cada página!) ou... deslizar o dedo (também para a esquerda), como se estivesse virando uma página de um livro!!!).Então!, boa leitura! (e... espero que goste!!!)

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Planos para o filho

Armando Mendoza, visivelmente contrariado, bateu a porta da cozinha ao entrar em casa.

— Roberto deseja vê-lo — anunciou Inezita, antiga empregada da família, sem parar de olhar a massa que estendia sobre o mármore da pia.


— Obrigada, Inezita, você é terceira a me transmitir o reca­do — respondeu Armando, irônico.

A empregada deu de ombros, prosseguiu em sua tarefa e per­guntou:

— Se é assim, por que não veio antes? Teria evitado tanto aborrecimento.

— Inezita, tenho mil coisas para fazer! Por acaso sabe o que o papai está inventando desta vez?

— Não faço a menor ideia.

— Droga! — ele esbravejou. — Obrigado pela boa vonta­de; acho melhor ir logo ver do que se trata.

— Já devia ter ido.

Armando fuzilou-a com o olhar e dirigiu-se à porta.

— Considere-se despedida — gritou por sobre o ombro e a ouviu gargalhar antes que a porta se fechasse. Costumava despedi-la umas três vezes por semana, mas nunca fora além da ameaça; Inezita era considerada como da família.

Armando cruzou o corredor, batendo com força as botas de cowboy no assoalho, deixando claro que não estava de bom hu­mor. O gado seria vacinado naquele dia, e ele gostaria de acompanhar o serviço de perto. O assunto que Roberto julgava tão importante, poderia perfeitamente ter esperado até a hora do jantar.

Ao cruzar a porta do escritório, encontrou o pai sentado na poltrona giratória, com os pés na mesa, atirando bolinhas de papel no cesto de lixo.

— Puxa, corri tanto quando soube que você tinha me cha­mado! O que quer que eu faça: apanhe as bolinhas que já jo­gou no lixo?

Roberto fitou-o, imperturbável:

— Ora, para que tanto mau humor? Desse jeito você logo vai envelhecer. Vamos — disse, apontando para uma cadeira —, sente-se e relaxe um pouco.

Enquanto Armando se sentava, um tanto relutante, uma das bolinhas passou a poucos centímetros da sua cabeça.

— Ei! Calma aí! Se me chamou aqui para lhe servir de alvo, sugiro que vá chamar Inezita. Tenho coisas mais importantes para fazer.

— Inezita não relutaria em atirá-las de volta em mim — comentou, bem-humorado, endireitando-se na cadeira para apoiar os cotovelos sobre a mesa. Então, fitou o filho com ares de determinação.

Armando reconheceu o olhar e já sabia que seria contemplado com mais uma das brilhantes ideias do pai, ou seja: ele ia pedir-lhe que fizesse algo que Armando, com certeza, não ia gostar e tentaria de todo jeito recusar.

— Filho, acho que já é hora de você se estabelecer na vida.

Retesando todos os músculos, Armando endireitou-se na cadeira.

— Eu me estabelecer? Como assim?

Roberto assentiu:

— Casando-se, formando uma família. Conheço a mulher ideal para você.

— Ah, é? — Armando indagou, com um sorriso torto. — Engra­çado, isso não me surpreende.

— Que bom, meu filho — garantiu Roberto descontente com o sarcasmo do filho. — Na minha opinião, o melhor que você tem a fazer é casar-se com Beatriz.



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